Onde há ausência do pai, há presença de problemas. David Blankenhorn escreve a respeito da importância do pai: “Se as mães cuidam mais das necessidades físicas e emocionais dos filhos, os pais voltam-se mais para as características da personalidade, necessárias para o futuro, especialmente qualidades como a independência e a capacidade de testar limites e assumir riscos.” O sociólogo inglês David Popenoe, comenta que “enquanto as mães proporcionam uma importante flexibilidade e harmonia na disciplina dos filhos, os pais proporcionam o desenvolvimento e a solidez da personalidade. Os dois lados são importantes para uma educação eficiente, equilibrada e humana.” Chamo a atenção de todos para a importância que a Bíblia dá sobre o imprescindível papel do Pai. Jó é um exemplo de pai que pode servir-nos de referencial.
Jó era um modelo de integridade para os seus filhos.
A Bíblia descreve a sua pessoa como um “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1.1,8). Na verdade, ele era um modelo de crente para os seus e para o mundo. Os seus filhos viam no seu pai um referencial de bom caráter e de boa conduta. Não há como negar, raras as exceções, honestidade se aprende em casa. É por isso que nos Estados Unidos, estatísticas apontam que 90% dos filhos fugidos de casa ou sem moradia fixa eram de famílias sem pai. Em 70%, a criminalidade juvenil provinha de famílias onde o pai era ausente. Oitenta e cinco por cento dos jovens em prisões cresceram em famílias sem pai e 63% de jovens suicidas tinham pais ausentes.
Jó era o provedor para a sua família.
Prover o sustento da família é uma responsabilidade do pai. Por intermédio do trabalho e com a benção de Deus (1.10), Jó prosperou na sua vida material. Ele era um empresário de sucesso, o maior do oriente (1.3). Ele possuía um grande rebanho de ovelhas, camelos, bois e jumentas. Ele possuía muitos empregados. Ele, com dignidade e trabalho, sustentava a sua família (Sl 128.1,2).
Muitas mães têm deixado de cumprir o seu papel de mãe, submetendo-se a uma estressante jornada de trabalho, porque o marido não assume o seu papel de provedor. Prover o sustento da família e a sua segurança é uma responsabilidade do pai. E isso não proíbe a esposa de trabalhar fora e ajuda-lo nesta tarefa. Falamos de responsabilidade.
Jó preparou os seus filhos para viver coletivamente. Os filhos de Jó eram amigos uns dos outros (Jó 1.4). Eles se reuniam como família para refeições comunitárias. Essa capacidade de bom relacionamento que os seus filhos possuíam foi fruto da educação ministrada pelos pais. Viver bem em família é o treinamento para viver bem na sociedade.
Os pais de hoje precisam saber sobre as sete necessidades básicas da criança em crescimento e de todos nós durante a vida: necessidade de significado, segurança, aceitação, amor, elogio, disciplina e a necessidade de Deus. Quando estas não são satisfeitas, surgem os problemas emocionais e de desvio de comportamento.
Jó zelava pela vida espiritual de seus filhos.
Conforme a lei de Deus, a educação de filhos envolve ouvir, obedecer, amar e ensinar (Dt 6.1-8). Jó obedecia à orientação divina e chamava para si a responsabilidade espiritual do seu lar: “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos, e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (1.5). Jó desempenhava o papel de sacerdote de sua família, consagrando os seus filhos ao Senhor e, continuamente, orando por eles. Jó era um homem muito ocupado, mas acordava de madrugada para interceder pelos seus filhos.
Infelizmente, muitos pais são omissos no cuidado espiritual de seus filhos. Há movimentos de “mulheres de oração”, onde as mães estão clamando pela vida dos seus filhos. Precisamos, porém, incentivar os “pais de oração”, homens que estejam preocupados com vida espiritual dos seus filhos. Jó não sabia, mas uma grande investida de Satanás estava sendo tramada contra a sua família (1.6-12). O resto da história você já conhece.
Satanás continua o mesmo.
O seu grande alvo hoje continua sendo a família. Satanás é um ser infeliz. O seu desejo é matar, roubar e destruir a nossa felicidade. Ele é o maior destruidor de lares que existe. Você, pai, precisa ficar em alerta, vigiando e orando por sua família. Você é muito importante e o seu papel é insubstituível. Feliz dia dos pais!