A Teologia da Felicidade consiste em apresentar o ensino bíblico de que a felicidade que o homem tanto procura somente é encontrada em Deus. A Bíblia questiona: separado de Deus, quem pode alegrar-se? (Ec 2.25). Deus, ao criar o homem pôs a eternidade no seu coração (Ec 3.11) de tal maneira que o homem só será eternamente feliz após encontra-se com o seu Criador, após recebê-lo como Senhor e Salvador. “Há no homem um vazio do tamanho de Deus”, disse o romancista russo Fiódor Dostoievski.
Há, entretanto, uma luta que tem atravessado os séculos, a luta entre o Deus vivo e os ídolos, entre o Cristianismo e o Paganismo. Atualmente, vivemos grande confusão espiritual, quando o paganismo ameaça solapar os conceitos básicos de fé cristã, principalmente o de Deus. Precisamos, portanto, diferenciar o conceito bíblico de Deus do conceito pagão de deus.
Sobre a natureza de Deus
Jesus afirma: Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.24)
Primeiro, Jesus nos ensina que Deus é uma pessoa. A personalidade de Deus é apresentada na Bíblia por pronomes pessoais – Eu sou o que Sou (Êx 3.14); pela utilização de nomes próprios – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão (Êx 20.7)
Segundo, Jesus nos fala da substância do ser de Deus: é espírito. Há duas substâncias somente: matéria e espírito. O mundo é matéria e Deus, os anjos e as almas dos homens são espíritos. A substância espiritual de Deus é puro espírito, sem mistura com a matéria, sem partes ou paixões corporais.
Terceiro, as qualidades ou propriedades de sua substância espiritual e pessoal são os seus atributos. Louis Berkhof classifica os atributos de Deus de duas maneiras: incomunicáveis e comunicáveis.
Os atributos incomunicáveis são aqueles que salientam o ser absoluto de Deus, os quais ele não comunica às suas criaturas. Esses atributos são conhecidos também como naturais. São eles: onisciência (Sl 139; Pv 15.3); onipotência (Sl 33.9; Jó 42.2); onipresença (Sl 139; Mt 18.20); imutabilidade (Is 41.4; Ml 3.6); unidade (1Rs 8.60; 1Tm 2.5); infinidade, isto é, isenção de toda e qualquer limitação, a qual atinge a sua perfeição absoluta (Sl 145.3; Mt 5.48); sua eternidade (Sl 102.12; Ef 3.21) e a sua imensidade (Is 66.1; At 7.48-49).
Os atributos comunicáveis são aqueles que se expressam por meio da relação de Deus com as suas criaturas. São conhecidos também como atributos morais. São eles: santidade (Is 57.15; Sl 99.9); justiça (Sl 116.5; 145.17); misericórdia (Sl 103; Ef 2.4); bondade (Sl 145.9, 15, 16; Mc 10.18); amor (Jo 3.16; 1Jo 4.8-16).
Fora de Deus, não há felicidade
“Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se? (Ec 2.24-25). Não existe a possiblidade de alegria quando o homem está separado de Deus, mas apenas tristeza e pessimismo. Pessimista é toda aquela pessoa que encara tudo pelo lado negativo e espera de tudo o pior. Entretanto, nada é pior que o pessimismo. Os princípios que regem a vida de um pessimista são: “na vida humana, as dores superam os prazeres e a felicidade é inatingível”; “A vida diária é apenas um modo de encher o tempo entre o nascimento e a morte, com algumas passagens pela diversão e inúmeras pela chateação” (Millor Fernandes). Se você é uma pessoa pessimista ou está vivendo uma crise, pare e reflita comigo. O pessimismo não leva a nada. Não constrói, não edifica e não promove uma reação positiva. Faça como o profeta Jeremias que viveu uma grande tragédia pessoal, mas que em meio a tudo disse: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3.21-23).
O Rei Davi também proclamou em meio à tragédia: “O necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente, pois o Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação (Sl 9.18,19). Lembre-se que a origem do pessimismo está no afastamento de Deus. “Separado de Deus, quem pode alegrar-se? (Ec 2.25). Enquanto estiver longe de Deus, você será infeliz, medroso e pessimista. Então, o que você está esperando? Em nome de Cristo, rogo-lhe: aproxime-se de Deus.
A visão monista da vida é totalmente pessimista, considerando o mundo e a vida como essencialmente maus. Viver é sofrer. O teísmo bíblico, entretanto, apresenta uma visão otimista da vida: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4). A vida é atribulada e difícil, mas Deus é a fonte da nossa alegria. “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação (Hc 3.17-18).