Artigo em nosso blog:https://www.ippinheiros.org.br/blog/a… Uma das perguntas mais antigas na filosofia é aquela que questiona o que trouxe o mundo à existência. De acordo com os filósofos gregos antigos, a matéria do mundo é eterna, possuindo, entretanto, uma origem para a sua ordem. Os filósofos pré-socráticos diziam que, no princípio, o mundo era composto de algum elemento natural, como a água, o ar, o fogo, etc. Contudo, certo tempo depois, Platão atribuiu a origem do mundo ao Demiurgo, que era o seu Deus supremo, criador de tudo a partir das formas presentes no mundo das Ideias. Em seu diálogo com Timeu é dito que o Demiurgo, “é a mais perfeita das causas” [1], e que, quando cria o mundo, ele “põe os olhos no que é imutável e que utiliza como arquétipo, quando dá a forma e as propriedades ao que cria” [2]. Portanto, no mundo grego nós não encontramos o conceito de creatio ex nihilo, ou seja, criação a partir do nada. Isso inclui o grande filósofo Aristóteles, que diz em sua Metafísica que tanto o tempo quanto o movimento são eternos [3]. Ora, como todo movimento requer um motor, então o movimento eterno também requer um motor eterno. Esse motor é identificado como Deus, o qual é “vida, ótimo e eterno” [4], e dele “dependem o céu e a natureza” [5]. Apesar dessas ideias demonstrarem o forte testemunho da natureza, o qual João Calvino disse ser a forma como crentes e descrentes devem buscar a Deus [6], elas possuem um contraste forte com a ideia cristã de criação. O problema não está em haver um motor para o movimento do mundo ou um ordenador do cosmos, mas sim na ideia de que há algo eterno além de Deus, o qual, nessas filosofias, não criou a partir do nada. A criação a partir do nada é uma das doutrinas básicas da fé cristã, apontada claramente em João 1.1-3 e em Colossenses 1.16. Em conjunto, esses textos nos dizem que o Verbo, identificado como Deus, criou todas as coisas, tanto nos céus quanto na terra, visíveis ou invisíveis.