Qual é a relação entre evangelismo e ação social?
Qual deveria ser a relação entre evangelismo e ação social no contexto de nossa responsabilidade cristã total? Se admitirmos que não temos liberdade nem para focalizar na evangelização a ponto de excluir o cuidado social, nem para tornar o ativismo social um substituto do evangelismo, precisaremos definir a relação entre os dois. Há três tentativas principais de se fazer isso.
Em Primeiro lugar, alguns consideram a ação social um meio de evangelismo. Neste caso, evangelismo e conversão são os objetivos principais, mas a ação social é um meio preliminar útil e efetivo para alcançar estes objetivos. Em sua forma mais ostensiva, isto faz do trabalho social (seja alimentação, saúde ou educação) o açúcar no comprimido, a isca no anzol, ao mesmo tempo em que, em sua melhor forma, dá ao evangelho uma credibilidade que, de outra maneira, ele não teria. A segunda maneira de relacionar evangelismo e ação social é melhor. Ela diz respeito à ação social não como um meio para o evangelismo, mas como uma manifestação do evangelismo, ou, pelo menos, do evangelho que está sendo proclamado. Neste caso, a filantropia não está anexa ao evangelismo de modo artificial, externamente, mas cresce a partir dele como sua expressão natural. Podemos quase dizer que a ação social torna-se o “sacramento” do evangelismo, pois faz a mensagem significativamente visível. Até aqui não devemos hesitar em concordar com isso, pois existe um precedente marcante no ministério de Jesus. Suas palavras e ações estavam correlacionadas, as palavras interpretando as ações e as ações incorporando as palavras. Ele não somente anunciou as boas novas do reino; ele também manifestou visíveis “sinais do reino”. Se o povo não acreditasse em suas palavras, disse ele, então que acreditassem nele “ao menos por causa das mesmas obras” (Jo 14.11). Em terceiro lugar, explicar a relação entre evangelismo e ação social, que creio ser a forma verdadeiramente cristã, ou seja, que a ação social é uma parceira do evangelismo. Como parceiros, os dois se completam, mas são, mesmo assim, independentes entre si. Lado a lado, cada um se sustenta por si e possui sua própria autonomia. Nenhum deles é um meio para o outro, ou mesmo uma manifestação do outro, pois cada um é um fim em si mesmo. Ambos são expressões de amor genuíno.