UMA IGREJA VIVA E ALEGRE
Você já visitou uma Igreja triste? Você já participou de um culto que parecia mais uma cerimónia fúnebre do que um momento de adoração a Deus? Você já foi a uma igreja onde as pessoas são tristes e sombrias? Eu já, e como é difícil aceitar tamanha contradição. A Igreja é a comunidade da alegria, pois os que dela fazem parte são servos do Senhor da Alegria. “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cânticos” (SI 100.1-2). “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (SI 122.1).
Os membros da Igreja de Filipos são ordenados à alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos” (Fp 4.4). Paulo reforça o princípio de que a Igreja é a comunidade da alegria.
1. A ORIGEM DA IGREJA
Paulo fundou a Igreja em Filipos, em sua segunda viagem missionária (ano 50-52 D.C.). Ele planejava plantar novas Igrejas na Ásia, mas foi impedido pelo Espírito Santo, que lhe deu uma nova direção. Certa noite em Trôade, teve uma visão na qual um varão macedônio lhe disse: “Passa à Macedônia, e ajuda-nos” (At 16.9). Sem tardar, Paulo deixou Trôade e ganhou, por mar, o ponto macedônio de Neápolis, de onde, pela via Egnácia, seguiu para Filipos. Pela primeira vez o Evangelho era anunciado na Europa. Em atos 16 temos o relato da estadia de Paulo em Filipos, e como a Igreja se originou. Nenhum capítulo da Bíblia revela melhor a universalidade do chamado de Cristo e o poder unificador do Evangelho. Todo Império Romano se achava reunido de forma representativa na Igreja de Filipos.
2. O SEGREDO DA ALEGRIA
O tema da carta aos Filipenses é a alegria: 9 vezes o verbo “alegrar-se”, 2 vezes o verbo “alegrar-se com”, 5 vezes a palavra “alegria”. Apesar da prisão e da perspectiva de possível martírio, Paulo não só transborda de alegria (1.4-18; 2.17; 4.1- 10), mas também ordena aos cristãos de Filipos que se alegrem com ele (2.18-28; 3.1; 4.4), como pediu também aos cristãos de Roma (Rm 12.12) e de Corinto (2Co 13.11). Mas, qual o segredo da alegria? O apóstolo Paulo nos apresenta alguns:
2.1. A ALEGRIA É FRUTO DA ORAÇÃO. Paulo diz: “fazendo sempre, com alegria, suplica por rodos vós, em todas as minhas orações” (1.4). A alegria de Deus é recebida por intermédio da oração. Urna igreja que ora é feliz. Um crente que ora também é feliz. Orar não somente por suas necessidades, mas interceder pelas carências dos outros.
2.2. A ALEGRIA É FRUTO DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO.
“Todavia, que me importar Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (1.18). Paulo afirma que um dos segredos para uma igreja ser viva e alegre é quando a mesma está envolvida com missões. Uma igreja que evangeliza e discípula novas pessoas é uma igreja alegre. Quando há fidelidade na pregação e no ensino da palavra existe o verdadeiro contentamento.
2.3. A ALEGRIA É FRUTO DA FÉ. “E, convencido disto, estou certo de que ficarei, e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé” (1.25). Paulo também defende que fé produz contentamento e gozo. A fé salvadora produz no coração do salvo uma alegria indizível (At 13.48). Quanto mais fé, mais alegria!
2.4. A ALEGRIA É FRUTO DA UNIDADE CRISTÃ. “Completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (2.2). Paulo também fala que um dos segredos da alegria é a unidade ou a união dos irmãos. Uma igreja unida é uma igreja feliz! Chega de brigas! Chega de partidarismo! Chega de desunião!
2.5. A ALEGRIA É FRUTO DO SOFRIMENTO CRISTÃO.
“Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e com todos vós me congratulo” (2.17). Paulo defende também, por experiência própria, que quando servimos aos outros experimentamos uma alegria sobrenatural. E o prazer de servir! Há muitos crentes tristes na Igreja que esperam sempre ser servidos. A inércia é a causa de suas tristezas! Comece a servir e você experimentará uma alegria divina.
2.6. A ALEGRIA É FRUTO DO REENCONTRO COM PESSOAS AMADAS. “Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegrei, e eu tenha menos tristeza. Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse” (2.28-29). Um outro segredo da alegria é possuir amizades. Quem tem amigos e sabe cultivar amizades é feliz. Uma igreja feliz é uma igreja de amigos. Jesus chama a sua igreja de uma comunidade de amigos (Jo 15.13-15).
2.7. A ALEGRIA É FRUTO DA UNIÃO COM CRISTO. “Quanto mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor… Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor” (3.1 e 4.1). Paulo fala da alegria da comunhão com Jesus Cristo. Permanecer firme no Senhor é permanecer na alegria.
2.8. A ALEGRIA É FRUTO DA CONSIDERAÇÃO. “Alegrei-me, sobremaneira no Senhor porque, agora uma vez mais renovaste a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade” (4.10). Paulo fala da alegria que é fruto da consideração entre irmãos. Ideamos alegres quando sabemos que somos considerados. E muito bom saber que outros estão pensando e preocupados comigo. Uma igreja alegre é uma igreja onde existe consideração entre os irmãos.
2.9. A ALEGRIA É FRUTO DA OBEDIÊNCIA. “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (4.4). Deixamos para concluir este estudo, o nono segredo que faz uma igreja feliz: a obediência. Paulo dá um mandamento ou uma ordem: Alegrai- vos sempre no Senhor. Não é uma questão de escolha, vontade ou situação. Alegrai-vos é a ordem; sempre é o tempo ou o contexto circunstancial; no Senhor é a fonte ou o de onde devemos buscar a nossa alegria. Neste início de novo ano, conclamo aos irmãos da Igreja Presbiteriana de Pinheiros a serem alegres, obedecendo ao mandamento da alegria.
Rev. Arival Dias Casimiro