UMA IGREJA DE PORTAS ABERTAS
João 20.19-23
Os discípulos eram a igreja de Jesus. E há igrejas de portas trancadas e igrejas de portas abertas. O que caracteriza uma igreja se ela é fechada ou aberta é o seu compromisso com a obra missionária. A igreja de Jesus deve estar com a sua porta aberta para o mundo, realizando a obra missionária.
No dia da ressurreição de Jesus, a sua igreja estava de portas trancadas (v. 19). Mas por que os discípulos estavam com as portas trancadas? O texto nos dará algumas respostas. Cremos que “as portas trancadas” revelam apenas a condição espiritual e emocional daquela igreja. Três razões básicas:
As portas estavam trancadas por causa do medo. Eles estavam trancados com medo dos judeus. O medo, positivamente, pode nos levar a buscar ao Senhor (2Cr 20.3). Mas, o medo, negativamente, nos paralisa e nos atormenta (1Jo 4.18).
As portas estavam trancadas por causa da ausência de Jesus. Sem a presença e a companhia de Jesus nada podemos fazer. Para os discípulos, Jesus morreu e tudo estava acabado. Sem Jesus, o sonho, a esperança e a alegria desapareceram. Sem Jesus a vida não tem sentido.
As portas estavam trancadas porque eles estavam em guerra. A insegurança e a intranquilidade corroíam as suas mentes e implodiam seus corações. Havia uma guerra de incertezas e dúvidas em seus corações.
Jesus, com o objetivo de curá-los, toma três atitudes:
Jesus pôs-se no meio deles. Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio (v.19). Ele pôs-se no meio, pois ele é o centro da igreja. Ele se revela com o corpo ressuscitado, corpo tangível e transcendente a matéria física. A presença de Jesus traz paz e segurança.
Jesus lhes transmite a sua paz: e disse-lhes: Paz seja convosco! (v.21). Os discípulos estavam intranquilos e inseguros. E as primeiras palavras que eles ouviram de Jesus foram: Shalom – Paz seja convosco! Jesus poderia tê-los repreendidos pela incredulidade e covardia que demonstraram, mas não o fez. Jesus lhes trouxe a paz com Deus (Rm 5.1) e a paz de Deus (Fp 4.7).
Jesus lhes revela ser o Cristo ressuscitado: E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor (v.22). Jesus lhes mostra as cicatrizes da crucificação. Eles estavam tristes, mas a tristeza se converteu em alegria ao verem a Cristo. E a alegria da ressurreição de Jesus é indestrutível (Jo 16.22).
Jesus não quer a sua igreja fechada ou de portas trancadas. Ele quer a sua igreja de porta aberta para acolher os pecadores. Por isso ele faz três coisas com a sua igreja, após a sua ressurreição:
Ele comissiona a sua igreja. Ele diz: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio (v.21). A missão da igreja é uma continuidade da missão de Jesus. Ela deve ir ao mundo proclamar a salvação de Deus as almas perdidas.
Ele capacita a igreja com o Espírito. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (v.22). Este ato de Jesus se concretizou alguns dias adiante, quando o Espírito foi dado definitivamente à Igreja, no Pentecostes (At 2.1-4).
Ele autoriza a igreja de levar a mensagem do perdão divino. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos (v.23). Somente Deus pode perdoar pecados (Mc 2.7) e somente a igreja pode declarar ao que crer em Jesus, que os seus pecados estão perdoados (Mt 16.19).
Rev. Arival Dias Casimiro