JESUS DÁ UM NOVO MANDAMENTO
João 13.31-38
Da perspectiva humana, a morte de Jesus pode ser considerada um crime hediondo ou o maior crime da História. Para Deus, porém, a morte do seu Filho na cruz foi um momento de glória. Jesus foi glorificado por Deus e Deus foi glorificado no Filho (vv.31-32), no momento em que Ele morreu na cruz. Glorificar a Deus significa realizar o trabalho que Ele nos chamou para fazer. O próprio Jesus declara isso: Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer (Jo 17.4). Jesus glorificou a Deus consumando na cruz, a redenção dos seus escolhidos.
Jesus está se despedindo dos seus discípulos e indo em direção ao Pai: Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco; buscar-me-eis, e o que eu disse aos judeus também agora vos digo a vós outros: para onde eu vou, vós não podeis ir (v.33). Mas antes da coroa, havia a cruz. Jesus seria ferido e os seus discípulos seriam dispersos, como profetizou Zacarias (Zc 13.7). E nesse contexto de despedida, Jesus dá um mandamento aos seus discípulos: Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros (vv.34-35). Cinco lições importantes:
Primeiro, trata-se de um novo mandamento.
O mandamento do amor não é novo em termos de tempo. Deus já havia ordenado o amor desde a lei do Antigo Testamento (Dt 6.5; 11.1; Lv 19.18). A ordem de amar uns aos outros é repetida pelo menos doze vezes no Novo Testamento (Jo 13.34; 15.9, 12, 17; Rm 13.8; 1Ts 4.9; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23; 4.7, 11-12; 2Jo 5). O mandamento do amor é novo ou inédito de cinco maneiras: (1) Ele é novo em sua proeminência, isto é, é o maior de todos os mandamentos (1Co 13.1-3). (2) Ele é novo no seu referencial. Jesus é o nosso referencial de amor (1Jo 3.16). (3) Ele é novo em sua maneira de expressá-lo. O amor deve ser expresso não por palavras, mas por ações concretas a favor dos nossos irmãos (1Jo 4.18). (4) Ele é novo em sua exclusividade. Somente quem é nascido de Deus pode amar (1Jo 4.7). (5) Ele é novo em sua capacitação. Só podemos amar se Deus nos capacitar por intermédio do Espírito Santo (Rm 5.5).
Segundo, amar é um mandamento.
Amar não é uma opção, mas uma ordem: novo mandamento vos dou. Não se trata de querer ou de sentir vontade de amar, mas um ato de obediência. Eu amo meu irmão, porque Deus ordena que eu o ame.
Terceiro, amar é um mandamento coletivo e recíproco.
Jesus dá um novo mandamento a todos os seus discípulos: que vos ameis uns aos outros. Todos devem amar de uma maneira recíproca. Este é um mandamento que inclui e exige a todos os filhos de Deus (Mt 23.31).
Quarto, amar é um mandamento que segue um modelo.
Jesus é o nosso referencial de amor: assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Devemos amar como Jesus nos ama. Amor incondicional, ilimitado e sacrificial (Jo 15.12). O amor de Jesus é inigualável, insuperável e incomparável (Jo 15.13).
Quinto, amar é um mandamento que revela identidade.
Jesus afirma que o amor revelará a nossa identidade: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. Seremos reconhecidos como discípulos de Jesus se amarmos nossos irmãos. O amor é o cartão de visita ou a carteira de identidade do filho de Deus (1Jo 4.8).
Após dá o mandamento do amor aos seus discípulos, Jesus avisa a Pedro que o mesmo o negaria (vv.36-38). A negação de Pedro é um contraste entre o amor imperfeito do homem e o perfeito amor de Deus. Jesus amou os seus discípulos até o fim (v.1). Pedro amou a Jesus, mas o negou antes do fim.
Rev. Arival Dias Casimiro